domingo, 24 de maio de 2009

JOVENS -Olimpíada de integração

"Os resultados na redução da criminalidade são excelentes, mas não se trata só de policiamento, é um trabalho de prevenção e de acesso aos jovens em situação de risco" - Maurício de Oliveira Campos Júnior, secretário de Estado de Defesa Social Um dos espaços mais tradicionais do esporte mineiro, acostumado a receber atletas olímpicos de diversas modalidades, se transformou em palco para jovens com o sonho de um dia se igualarem a seus ídolos e alcançarem o topo do pódio em competições. O adolescente Carlos Alexandre, de 16 anos, um dos participantes do programa Fica Vivo!, do governo estadual, tem como meta atingir a profissionalização nas quadras do futsal. Ele e outros 3 mil jovens do projeto disputam, até 3 de agosto, a 3ª Olimpíada do Fica Vivo!, na Arena do Minas Tênis Clube, na Rua da Bahia, e na Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central), na Rua Fernandes Tourinho, ambos em Lourdes, na Região Centro-Sul. Ontem de manhã a chama da tocha olímpica foi acesa e dois amistosos entre policiais e jovens do programa deram início às disputas. Uniformizados com chuteira, camisa, meião e calções, os militares penduraram as fardas e partiram para o jogo, sendo os adversários os integrantes dos 16 núcleos do Fica Vivo! na Grande BH. Os atletas amadores participam de uma das 10 categorias: futsal, futebol de campo, vôlei, basquete, handebol, tênis, karatê, karajucá, judô e tae-kwon-do. Para o secretário de Estado de Defesa Social, Maurício de Oliveira Campos Júnior, o programa é um mecanismo de fixação de valores, como o respeito. “Os resultados na redução da criminalidade são excelentes, mas não se trata só de policiamento, é um trabalho de prevenção e de acesso aos jovens em situação de risco”, afirma. As atividades são baseadas em dois pontos de atuação: intervenção estratégica e proteção social. As ações têm como objetivo intervir na realidade social, impedindo que os jovens sejam atraídos para o crime. De acordo com o banco de dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a redução na criminalidade supera 50% nos bairros onde o programa é implantado.
ESPAÇO Os resultados são percebidos pela adolescente Pâmela Luiza, de 15, moradora do Bairro Rosa Neves, em Ribeirão das Neves. Segundo ela, muitos jovens ficavam soltos pelas ruas e, desde o início do programa, passaram a ter um espaço para praticar esportes. “Antes tínhamos que brincar nas vias, dividindo o espaço com carros. Agora, a situação é outra”, conta a atual campeã de futsal das olimpíadas na categoria feminina e também praticante de vôlei. Morador do Bairro Nossa Senhora de Fátima, em Sabará, na Grande BH, o jovem Carlos Alexandre confessa não gostar de estudar e acredita ter a chance de se destacar nos jogos, além de poder demonstrar talento para conseguir uma vaga em equipe profissional. “Fui reprovado em um teste no América, mas acredito um dia poder vestir uma camisa de destaque”, sonha o pivô Carlos, que se inspira nos dribles e gols do craque Falcão. Segundo ele, o projeto criou a chance para seguir um caminho diferente de outros vizinhos e, quem sabe, poder dar melhores condições de vida aos familiares.

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